As oito características básicas em todos os distúrbios da personalidade.
Nova pesquisa identifica características interpessoais em transtornos de personalidade.
Desde as primeiras tentativas de psiquiatras para diagnosticar transtornos de personalidade até a mais recente revisão do Manual de Diagnóstico e Estatística (DSM) em 2013, usado por profissionais da saúde para elaborar diagnósticos, ainda há muita confusão e controvérsia sobre o tema. Alguns dos transtornos de personalidade exercem verdadeiro fascínio sobre o público, em geral, tais como os de personalidade narcisista, anti social e o borderline. Cada um desses termos tornou-se parte da linguagem popular, apesar da maioria da população não saber os significados exatos dos distúrbios de personalidade e de tentar “diagnosticar” as pessoas como tendo TOC ou sendo bipolar.
A confusão sobre a situação aumenta ainda mais, devido ao fato de que psiquiatras e psicólogos não entram em acordo sobre se há, de fato, distúrbios de personalidade distintos.
Buscando uma reflexão maior sobre o tema a psicóloga da Universidade de Minnesota, Sylvia Wilson e seus colegas, realizaram um estudo em 2017. Eles utilizaram a teoria interpessoal para examinar se há relação entre os estilos, através dos quais as pessoas se relacionam, e os transtornos de personalidade. O que eles observaram foi que “o estilo interpessoal é definido pelo modo característico de cada pessoa ao abordar situações e relacionamentos interpessoais”(pág. 679). O que inclui as atitudes que se tem nos relacionamentos, os objetivos sobre os relacionamentos, como se interpreta o que acontece nas relações, a maneira como cada pessoa se comporta e como se interpreta os comportamentos dos outros.
Os fundamentos teóricos do estilo interpessoal se enquadram em uma abordagem popular que surgiu em meados do século XX apontando que “todas as interações interpessoais refletem as tentativas de estabelecer e manter a autoestima ou evitar a ansiedade” (pág. 679). De acordo com essa visão, você está constantemente tentando se sentir bem consigo e em seus relacionamentos e evitando a ansiedade diante da desaprovação. Em algum nível, essa teoria propõe que estamos sempre à procura de aprovação e validação.
Estudando o conteúdo da teoria interpessoal, a pesquisadora de Minnesota e seus colegas propõem que todos os traços de personalidade possam ser catalogados nas dimensões da ação (variando de dominação à submissão) e de participação (variando de entusiasmo à frieza). Essas dimensões formam um círculo. Que um extremo se tem o estilo autoritário e no outro extremo se tem o cooperativo. Entre essas duas extremidades está a intrusão. Assim quanto mais perto você chegar dos extremos, menos desejável a característica se torna.
Conheça os oito traços característicos
dominador, vingativo, frio, socialmente evasivo, não assertivo, explorável, excessivamente cuidador e intrusivo.
Os pesquisadores afirmam que as medidas de personalidade baseadas nesse círculo têm ampla gama de aplicações.
Os resultados do estudo fornecem perfis úteis não apenas para a classificação, mas também para entender como as pessoas em cada um dos transtornos lidam com seus relacionamentos. Bem como pode auxiliar familiares e amigos a se relacionarem com esses indivíduos, compreendendo-os com mais profundidade.