“Aprender a viver bem é aprender a morrer”, esta frase é um ensinamento dos filósofos gregos, os estoicos, que demonstra como a morte e a vida são temas que se relacionam profundamente e estão presentes em todos os tempos e culturas, causando diversas reações e se apresentando sob diferentes ritos e modos de lidar com o luto – a perda de um vínculo afetivo importante. Esta perda causa tamanha dor que muitos preferem ignorar o assunto e viver a vida, como se o fim da existência nunca fosse acontecer.
Por que então escrever um texto sobre luto e o relacionar com dicas de bem viver, se gostaríamos de esquecer as perdas das pessoas queridas e os nossos sofrimentos??? A resposta, já é a 1ª dica: porque pensar sobre a morte ajuda a refletir a respeito de como se vive e o que se fez da e na vida…
Em nossa sociedade de consumo e de imediatismos, se busca a felicidade no aqui e agora, acumulando informações, bens, se ocupando em ter coisas e se preocupando com elas. Esta maneira de viver é que o psiquiatra americano Yalom descreve, citando o filósofo Heidegger, como modo cotidiano, e que se opõe ao modo ontológico, em que você se ocupa com o ser, sua existência e mortalidade, o que provoca uma ansiedade que propicia mudanças importantes na forma de viver.
E aqui vai a 2ª dica: Ao perceber-se como responsável pela construção de uma vida autêntica e se conectar consigo mesmo, ocupando-se menos com as coisas do mundo, com o ter, você encontra significado e satisfação na própria existência, ou seja, no ser.
Refletir sobre a própria história, suas perdas e alegrias é um modo de conexão consigo e faz parte dos acompanhamentos psicoterapêuticos e das reflexões individuais. Na psicoterapia o objetivo é que o paciente possa construir o sentido de sua vida, reorganizando suas prioridades e escolhendo o que deseja fazer, para entrar em contato mais profundo com as pessoas, sem ficar com medo de perdê-las e sem receio de viver as relações.
A 4ª dica é: Se você, já quiser se ocupar um pouco mais do seu ser, que tal, a partir de agora, exercitar o olhar para si mesmo? Para compreender qual é o seu modo de estar no mundo, de se relacionar com o ambiente e com os aspectos da vida e também para olhar suas conquistas e fracassos, que são inerentes ao viver.
E aqui vai a 5ª dica: Tenha coragem e abertura para encarar a vida para aprender o bem viver e para aprender a morrer, ou seja, para construir uma existência de significado e ter plenitude e gratidão diante da vida… Ao negar o sofrimento e as dificuldades da vida não se entra em contato com a dimensão trágica do ser humano e consequentemente não se aprende a viver.
Para maiores informações sobre acompanhamento psicoterapêutico, entre em contato com a Agda Mattoso
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Recentemente perdi meu pai depois de uma brava luta contra um câncer descontrolado. Esta experiência tão próxima e ainda muito viva em meus pensamentos e em mim, trouxe muito aprendizado. Ver e conviver com a possibilidade da morte é angustiante, mas descobri uma grande força para enfrentar e um amor incondicional por meu pai.
Sou Psicóloga e aprendi com meu pai coisas que nenhum livro vai me ensinar. Sorrir quando tudo falece, quando o corpo e a mente falecem, é uma atitude para poucas pessoas como meu pai que lutou até os últimos momentos e depois aceitou a morte como uma passagem para outra vida, já que era um homem de muita FÉ.
O artigo acima representa bem a realidade que vivi. Aprendi muito com a morte e espero através da minha experiência e da minha profissão ajudar as pessoas a aprenderem também com esta vivência.
Olá Graça!
Obrigada por compartilhar sua experiência e por ser nossa colega de trabalho nesta trajetória de compreender o ser humano em seu sofrimento, alegrias e dúvidas perante o viver.
Abraço,
Agda Mattoso