O mês do setembro amarelo e a proximidade do Dia do Idoso, celebrado em dia 1º de outubro, nos convidam à reflexão: o que se pode dizer hoje sobre o suicídio na população idosa no país?
Neste ano, a pandemia levou a uma maior abordagem sobre o tema da saúde mental e também ao olhar mais atento às pessoas de 60 anos ou mais, consideradas grupo de risco para a COVID-19.
Nesse sentido, se torna relevante destacar que, segundo últimos dados fornecidos pelo Ministério da Saúde, a taxa nacional de morte por suicídio em idosos com mais de 70 anos é de 5,5 a cada 100 mil habitantes. A alta taxa mostra a importância de se atentar aos principais fatores que podem levar aos comportamentos suicidas.
Causas do suicídio em idosos
O suicídio não possui causa única e, por isso, é essencial considerar o modo de vida do idoso como um todo, quais os recursos financeiros, psicológicos e sociais que esta pessoa teve acesso ao longo da vida e como estes fatores impactam em sua velhice.
As perdas decorrentes do envelhecimento devem ser tratadas com muita atenção, uma vez que a perda de pessoas queridas, da capacidade física, de posições sociais como a aposentadoria, podem levar a uma sensação de vazio e perda de identidade se não houverem recursos psíquicos e emocionais para lidar com estas perdas.
A população idosa ainda é alvo de grande vulnerabilidade psicossocial. As violências não são só físicas, como também psicológicas e financeiras, somadas ao preconceito etário em que o idoso é considerado à margem da sociedade.
Tudo isso, pode levar ao abandono, isolamento social e à maior predisposição ao uso dependente de substâncias psicoativas, aspectos que são sinais de alerta para a ocorrência de depressão e comportamentos suicidas, desde a ideação até o ato em si.
Como evitar o suicídio em idosos?
O suicídio é considerado causa-morte evitável, o que significa que é possível construir projetos de prevenção. Muitas vezes os idosos dão indícios de ideações suicidas por meio verbal, com frases que indicam falta de sentido na vida, falta de vontade de viver, sentimento de inutilidade e, também, não verbal com perda de interesse em atividades que antes o interessavam, falta de apetite constante, descuidos com a medicação e mudanças súbitas de comportamento.
Sendo assim, é importante que familiares, amigos e equipe de saúde estejam atentos aos sinais e que não deslegitimem o sentimento e sofrimento que está sendo expresso por meio da fala e do comportamento.
O preconceito etário imbuído na sociedade brasileira, muitas vezes faz com que a fala do idoso seja considerada exagerada ou desprovida de valor, levando à desconsideração de seus sentimento e emoções. Acolher e escutar o idoso é o primeiro passo para a prevenção que deve ser seguida por um acompanhamento profissional somado ao incentivo à rede de apoio social.
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O Setembro Amarelo e um mes que tem o objetivo de promover o debate sobre a depressao e o suicidio, buscando formas de encarar o assunto sem tabu e focando no autocuidado como forma de prevencao. E importante falarmos sobre esse assunto, pois ainda ha muito preconceito em relacao a depressao e saude mental. Grande parte das pessoas que se sentem deprimidas ou sofrem de outra condicao psiquiatrica, tem receio em compartilhar suas frustracoes e angustias devido ao estigma associado a isso. Quanto mais falarmos sobre saude mental, mais pessoas terao acesso ao tratamento que necessitam!