O aumento do consumo de álcool na quarentena

No momento, você está visualizando O aumento do consumo de álcool na quarentena
No isolamento tem sido difícil encontrar atividades prazerosas e beber pode ser um refúgio. Descubra o porque com a psicóloga Bruna Nicoletta.

Durante o período de isolamento, é importante perceber se a maneira – a princípio – recreativa de usar substâncias psicoativas tem influenciado nas atividades diárias, comportamentos ou tido estranhamento de familiares daquela pessoa que tem ingerido algum tipo de substância.

Não há uma quantia exata que possamos falar ser mais ou menos adequada – embora tenham algumas diretrizes. O fundamental é perceber o quanto este uso tem sido ruim para quem ingere álcool e/ou outras drogas. “Vale pontuar aqui a importância de manter um cuidado maior com pessoas que já possuem algum familiar que tenha uma relação abusiva com estas substâncias, uma vez que o fator hereditário pode influenciar no comportamento”, aconselha a psicóloga Bruna Nicoletta.

Outro fator relevante é considerar se há alguma questão psiquiátrica envolvida (depressão, ansiedade, pânico, bipolaridade, entre outros). Muitas vezes essas condições emocionais podem favorecer o uso abusivo como maneiras de compensação (medicamentosas ou por refúgio/sedação de angústias). 

A bebida, assim como outras substâncias psicoativas, possibilita uma alteração com o nosso tempo, com o cuidado de si, justamente porque se garante um prazer imediato. Essa correlação se estabelece, uma vez que há a sensação de alívio já determinada sem a necessidade de um investimento em atividades que proporcionariam prazer a médio ou longo prazo. 

Foto por: Pexels- Andrea Piacquadio

Dito de outra forma, a sensação boa é alcançada sem uma construção, sem um projeto a se desvelar. Ao longo do uso, o prazer daquela substância vai diminuindo, instigando-nos a aumentar a dose para retomar aquela promessa de bem-estar e sedação de termos de ser nós mesmos – com projetos, expectativas, desejos e frustrações.

O comportamento dependente se estabelece quando este prazer, mesmo que reduzido e pouco satisfatório, mantém o uso de álcool e/ou outras drogas e impossibilita a construção de outras maneiras de obter prazer que demandam um tempo estendido.

“Ao longo da quarentena, tem sido difícil encontrar atividades prazerosas ou até mesmo manter projetos de vida, favorecendo o refúgio naquilo que está à mão: substâncias psicoativas, videogame, computador, televisão, celular/redes sociais, pornografia, entre outros”, afirma a psicóloga. 

Claro que vez ou outra é comum que o ser humano se refugie para não precisar ter de lidar constantemente consigo, porém é preciso manter-se atento ao equilíbrio. O contraponto da dependência não está na abstinência, mas na liberdade, no poder escolher e no poder ser.

Você pode agendar uma consulta on-line com a psicóloga Bruna Nicoletta via Whatsapp. Também pode conhecer mais conteúdos relacionados ao contexto da quarentena aqui no blog!

É fundamental trazer, durante a psicoterapia, uma ressignificação deste tempo para o paciente. Entender a sua história e fazê-lo cuidar dela, mesmo diante da imprevisibilidade fatídica da vida.

Deixe um comentário