Durante a próxima década, a automatização de tarefas nos locais de trabalho vai, segundo o WEF, criar 133 milhões de postos de trabalho, um número que contrasta com os 75 milhões que os robôs irão destruir. Com esta visão, o relatório sugere que o aparecimentos dos robôs no mercado de trabalho não tem de ser encarado como algo negativo, o que é preciso é as empresas atuarem a tempo.
Oito horas diárias de trabalho. Para humanos e robôs?
Atualmente, 71% das horas de trabalho numa empresa são realizadas por humanos, enquanto as máquinas apenas se encarregam de funcionar durante as restantes horas (29%). Daqui a quatro anos, em 2022, a divisão deverá já ser bastante diferente, mais equilibrada. Os humanos estarão encarregues de 58% das horas de trabalho e os robôs de 42%.
Mas será em 2025 que a realidade se irá alterar drasticamente, com os robôs a fazer mais horas do que os humanos. As máquinas irão realizar 52% das horas de trabalho e os humanos 48%.
Tarefas como o processar dados e procurar e receber informações vão ser, maioritariamente, dadas às maquinas, 62% e 55%, respetivamente. Já o raciocínio e tomada de decisão, bem como a coordenação, continuarão a ser tarefas mais associadas aos humanos. Ainda assim, todas as funções representadas pelo gráfico acima serão, em 2022, mais participadas por robôs do que são atualmente.
Cerca de 38% das empresas inquiridas para o relatório do Fórum Económico Mundial, em português, consideram que a automatização vai permitir-lhes focar-se mais nos seus trabalhadores atuais, potenciando também a produtividade.
Desafio de adaptação e novas funções
Há cerca de um ano, um estudo da consultora Capgemini dizia que as empresas que já utilizam a inteligência artificial (IA) confirmam que foram criados novos postos de trabalho, sobretudo em categorias profissionais mais altas. A IA foi, inclusive, o meio que permitiu reduzir o tempo que os empregados destinavam a tarefas rotineiras e administrativas.
O relatório do WEF destaca, também, algumas novas posições que vão ser cada vez mais requisitadas. Entre elas constam os analistas e especialistas em bases de dados, osdesigners de software e aplicações e os especialistas em comércio eletrónico e em social media. Segundo aponta o Business Insider (acesso livre, conteúdo em espanhol), estas não são mais do que as profissões que já se procuram hoje em dia: especialistas em inteligência artificial e machine learning, analistas em cibersegurança e engenheiros de robótica e blockchain.
Por outro lado, dentro dos 75 milhões de postos de trabalho que desaparecerão com o surgimento desta nova classe de trabalhadores, destacam-se os responsáveis pela atualização de bases de dados e os contabilistas.
Pedro Empis, business director da Randstad, disse há cerca de um mês ao ECO que, neste processo de mudança, ou de entrada de uma nova classe de trabalhadores, o que ditará o sucesso ou o insucesso das empresas “será a capacidade de adaptação”.
Mas, apesar do otimismo das empresas e das projeções, que apontam para a criação de mais de cem milhões de postos de trabalho, o estudo adverte para a necessidade de aproveitar a oportunidade de adaptação às transformações, já que em 2025, segundo os próprios dirigentes das empresas inquiridas admitem, metade das tarefas podem estar já automatizadas.
Fonte: https://eco.pt/