As festas de fim de ano chegaram, e acabamos vivendo a dicotomia “excessos de festas” versus “projeto verão”, que naturalmente seguir-se-à às primeiras. Isso pode gerar pensamentos compulsivos, ou obsessivos, em relação à alimentação, devido às festas de confraternização associadas a grandes quantidades de comida e bebida e o ato inconsciente faz com que comamos além do que necessitamos, ou até mesmo um gatilho de recompensa que associamos a comida e com a possibilidade de pensamentos de culpa.
Nesse contexto, para evitarmos as consequências desse excesso, comida e especialmente o álcool, é cometer estes atos com consciência, buscarmos prazer em cada detalhe, valorizando cada momento, cada garfada, cada gole, explorando todos os sentidos em relação àquela refeição – Qual a temperatura do alimento? Sua textura, seu cheiro, suas cores? Traz alguma memória? Onde meus pensamentos estão sendo levados naquele momento de grande satisfação? Causam-me emoções? Mais intensas em relação ao ambiente da época ou em razão daquele prato à minha frente? – Ideal é fazer disso um hábito, degustar cada instante de maneira presente.
Assim sendo, não faz sentido imaginarmos que festas de comemoração vão alterar o nosso peso. Que uma ceia ou almoço tornar-se-á um grande vilão do nosso corpo.
O que fará sentido então é a consciência que o que pode nos fazer mal é o pensamento que deveremos comer tudo que queremos como se não houvesse amanhã, para depois ficarmos aguardando as próximas festas – Natal e Ano Novo do outro ano para voltarmos a comer de forma “saborosa” e satisfatória novamente.
Assim, a ideia saudável é justamente aproveitarmos o dia, realizarmos nossas refeições de forma natural, buscando sentir e mesmo “ouvir” nosso corpo nos momentos de fome e comer de forma plena e cuidadosa com nosso corpo e nossas sensações.
Que aproveitemos as festas de final de ano para celebrações. Celebrar a família, os amigos, e que as refeições sejam degustadas à mesa, e que o momento seja especial.
Quanto a mesa, experimentemos olhá-la em toda sua exuberância, verificando o que mais chama a atenção dos olhos, os aromas, e algum prato que pode trazer alguma memória familiar. Pequenas porções levadas à boca, saboreando profundamente o alimento. Pousando os talheres no prato, experimentando outra garfada depois da deglutição da porção anterior. Atentos, assim, ao momento presente, atentos à refeição e aos sinais que nosso corpo dá.
Um êxito em relação aos propósitos dessas festas, confraternização para o bem, para a caridade, para a melhoria de nós mesmos, etc… é a incorporação dessas pequenas mudanças de hábito mencionadas ao nosso dia a dia.
Deguste, então, festeiro e comensal, seu saboroso prato e seu momento!
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