Blog
O sentimento de desesperança das crianças e dos jovens deve ser encarado como um indicador ainda mais potente para o risco de suicídio do que a depressão.
A desesperança das crianças e dos jovens é um indicador mais potente para o risco de suicídio do que a depressão.
Quando uma criança ou um adolescente está comunicando dificuldades em resolver problemas, lidar com o estresse e para expressar emoções e sentimentos a família deve estar atenta para apoiar e criar um canal de diálogo e de confiança, evitando o julgamento. A falta de esperança pode ser percebida em falas e comportamentos que demonstram peso para aguentar as situações, desânimo e falta de coragem para enfrentar os desafios do cotidiano.
Em alguns casos, a pressão negativa por parte dos colegas e o bullying podem estar por detrás do comportamento de colocar a própria vida em risco, por isso, é importante saber como estão as coisas na escola e notar se seu filho e filha gostam de ir ao colégio. Caso não gostem é muito importante que os pais conversem para entender o quê está acontecendo.
Os comportamentos suicidas entre crianças e adolescentes muitas vezes envolvem motivações complexas, incluindo humor depressivo, problemas emocionais, comportamentais e sociais, e abuso de substâncias. Outros fatores de suicídio entre os jovens incluem a perda de relações românticas, a incapacidade de lidar com desafios acadêmicos e outras situações estressantes da vida, e questões associadas com poucas competências para resolver problemas, baixa autoestima, e conflitos em torno da identidade sexual.
Veja os principais fatores e situações de risco:
A família tem um papel crucial na proteção e de ajudar os jovens contra o suicídio!
É imprescindível que pais e familiares observem a falta de interesse, da criança ou do jovem, em relação ao próprio bem-estar; mudanças em padrões de comportamento social, declínio da produtividade no trabalho ou do sucesso escolar; alterações nos padrões de sono e de alimentação; tentativas de pôr os assuntos pessoais em ordem ou de fazer as pazes com outros; interesse fora do comum em como os outros se sentem; preocupação com temas de morte e violência; súbita melhoria no humor depois de um período de depressão; e promiscuidade súbita ou aumentada.
A família pode proteger e contribuir para a redução do risco de suicídio ao:
- Apoiar as crianças e jovens ao criar relacionamentos significativos tanto com outros familiares como com amigos;
- Incentivar o envolvimento com as crenças religiosas, culturais, e étnicas;
- Estimular a participação na comunidade;
- Criar condições para uma vida social satisfatória;
- Ajudar na integração social como, por exemplo, através do trabalho e do uso construtivo do tempo de lazer;
- Dar acesso a serviços e cuidados de saúde mental.
O suicídio é uma morte que pode ser prevenida e aqui o papel da família e o acesso à informação são fundamentais para salvar vidas daqueles que estão iniciando a jornada existencial.
Quando a família detectar que uma criança ou adolescente apresenta pensamentos ou tentativas de suicídio deve procurar tratamento psicológico, com ênfase na capacidade para enfrentar problemas. Os objetivos da psicoterapia eficaz incluem melhor compreensão de si mesmo, identificar sentimentos conflituosos, melhorar a auto-estima, mudar comportamentos desadaptativos, aprender a resolver conflitos, e a interagir mais eficazmente com os colegas.
Se você precisa de ajuda para cuidar de alguém, ligue para nós.
E para maiores informações divulgue e acesse o folheto feito pelo CVV para ajudar no combate ao suicídio.
www.cvv.org.br/wp-content/uploads/2017/09/folheto-popula-o.pdf
Fontes: Organização Mundial de Saúde. Prevenção do suicídio – um recurso para conselheiros. Disponível em:
www.who.int/mental_health/media/counsellors_portuguese.pdf>
Acesso em: 31 de agosto de 2018
Kleiman, K. Suicide Is a Scary Word – Do not underestimate the power of depressive thinking. Disponível em:
www.psychologytoday.com/us/blog/isnt-what-i-expected/201705/suicide-is-scary-word>
Acesso em: 31 de agosto de 2018